Entretenimento

O simples fato de Judas Priest lançar um novo álbum é um marco histórico.

Eles fazem isso exatamente meio século após seu debut, “Rocka Rolla” (lançado em 1974), tornando-se a primeira banda de heavy metal a alcançar tal feito. Não é surpresa, portanto, que eles não pretendam inovar ou seduzir as novas gerações.

“Escudo Invencível” é Judas Priest em sua essência: riffs contundentes, vocais agudos, temas épicos e desenvolvimentos harmônicos que proporcionam o descanso necessário ao longo dos até quatorze faixas que compõem o álbum (extenso, seguindo a velha escola). Este é o 19º álbum de estúdio da banda e chega seis anos após o anterior (“Firepower”). Tudo sob a produção de Andy Sneap (também guitarrista ao vivo da banda) e capa de Mark Wilkinson (artista de outros trabalhos dos britânicos como “Ram it down” ou o mítico “Painkiller”). E com a respectiva turnê de apresentação, que inclui até quatro datas em nosso país (Barcelona, Pamplona, Madrid e Cartagena).

O disco começa com uma introdução à John Carpenter, com sintetizadores se fundindo às guitarras de “Panic attack”, que logo cai na essência Judas de guitarradas e solos harmonizados. A energia continua com “The serpent and the King”, com Rob Halford testando seus agudos. “Escudo Invencível” é a faixa que dá título ao trabalho, uma peça épica de solos harmonizados e elaborados que é a mais longa do álbum (com duração de até 6’21”).

O álbum prossegue com o riff pesado e contundente de “Devil in disguise”, em contraste com a melódica “Gates of hell”. Uma guitarra solo abre “Crown of horns”, um meio-tempo cativante que funcionaria perfeitamente como single. A energia Judas retorna com “As God is my witness” e seu solo de guitarra brutal. O ritmo relaxa novamente com “Trial by fire”, e a pesadez retorna com “Escape from reality”. A energia de “Sons of thunder” a torna a faixa mais curta do LP, com 2’58”. O riff pesado que inicia “Giants in the sky” busca contraste com um interlúdio limpo e melódico, de ar precioso e neoclássico. Algo semelhante ocorre em “Fight of your life” (que começa com um riff contundente para oferecer um refrão melódico e cativante) e “Vicious circle” (uma proposta heavy que se transforma em pura melodia harmonizada no interlúdio da metade). Igualmente melódico é o meio-tempo “The lodger”, com o qual o álbum é encerrado. Seus fãs têm motivos para comemorar.